Conjunto encerra as
apresentações no palco Raízes do evento, escolhido a dedo pelo produtor musical
Ezídio Souza
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| O músico Vinícius Pereira Foto: Weslley Oliveira (Tocaia Cultural) |
O grupo mistura elementos da música clássica, com a música tradicional
e instrumentos do forró pé-de-serra. Vinícius Pereira é paulistano da gema, filho
de baiano com uma paulistana (filha de uma síria e um português). O artista,
que sempre trabalhou com música instrumental e como pesquisador de culturas,
relatou um episódio que mudou sua vida: A crise hídrica em São Paulo.
O compositor compartilhou suas
reflexões a respeito da falta d’água e de seu envolvimento com a Permacultura,
também conhecida como Cultura da Permanência. A preocupação com a realidade
enfrentada, durante a crise hídrica, serviu de gatilho para que aprendesse a
construir cisternas e dividir com as pessoas o que havia aprendido.
Após o rompimento da barragem em Mariana,
Pereira e mais seis permacultores viajaram em uma Kombi, de lá até a foz do
rio, em Regência, Espírito Santo, decididos a trabalharem com regeneração socioambiental.
O grupo reunia as pessoas impactadas pela lama através da música, levando um
recado às pessoas afetadas. “Foi assim que nasceu o Bando de Seu Pereira, da
necessidade de dizer para as pessoas coisas que estão acontecendo agora e que
não são ditas”, revelou Vinícius Pereira.
O Bando de Seu Pereira conta com 5 integrantes, sendo 4
deles, da região Nordeste. O grupo surgiu com a intenção de difundir as maravilhas
da cultura popular brasileira, compartilhando seus conhecimentos, resultados de
anos de pesquisas de cada integrante.
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| Vinícius Pereira (centro) e o Bando Foto: Facebook Bando de seu Pereira (divulgação) |
Além de fazerem shows, eles levam
oficinas e, na própria Kombi, improvisam um pequeno cinema, ensinado também
através de filmes. Sobre o posicionamento da banda a respeito dos
acontecimentos recentes na política do país, Pereira questiona: “Subir no palco
e ignorar o que está acontecendo em Brasília, o que está acontecendo nas ruas
de São Paulo, ignorar o que está acontecendo no Rio de Janeiro? Como vou
ignorar tudo isso que acontece e viver a vida como se nada acontecesse? Eu sou
incapaz”, conclui o vocalista.
O Centro Cultural Pompéia
organiza as festividades da Feira de Artes da Vila Pompéia, desde 1987,
contando com 7 palcos distribuídos pela região. O palco Raízes, além de ter o
conjunto no encerramento, conta com uma apresentação de Maracatu, oficina de
dança de forró e mais 8 atrações.
Com um tema diferente a cada nova
edição, este ano, os organizadores recordam maio de 1968, citado pela
propaganda do evento como “O mês que nunca acaba”, junto com a expressão “É
Proibido Proibir”, referente à luta de muitos intelectuais contra a Ditadura
Militar, 50 anos atrás.
Confira abaixo trechos da entrevista com Vinícius Pereira:
Assista o "Xote dos Recursos":


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