quinta-feira, 10 de maio de 2018

MIGRANDO POR UMA VIDA MELHOR

 Dificuldades e desafios vividos por migrantes que anseiam por uma vida melhor

A migração pode ser causada por vários motivos, como necessidades de saúde, educação, segurança, emprego ou infraestrutura. O fato é que a migração é um fenômeno e o Estado de São Paulo é o destino mais procurado por aqueles que buscam mudar de vida. A capital paulista conta com 5,6 milhões de migrantes vindo da região Nordeste, ou seja, 12,66% da população do estado.

FOTO AUTORAL - Célia Carvalho 
São inúmeras as histórias contadas por migrantes, entre elas está a de Celia Carvalho Rodrigues de Oliveira, de 39 anos, natural de São João do Piauí, que veio para a cidade de São Paulo com apenas 16 anos de idade, com o intuito de casar, constituir família e ter uma condição de vida melhor. Ela conta que após ter seu primeiro filho trabalhou como passadeira em uma confecção, durante nove meses. Depois desse período, conseguiu moradia em troca de seus serviços, cuidando da senhora que era proprietária do imóvel onde permaneceu por dez anos e teve a oportunidade de finalizar o ensino médio por meio do EJA (Educação de Jovens e Adultos). Posteriormente Célia conseguiu se graduar em Pedagogia, fez sua licenciatura em Artes e uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento. Atualmente, Celia atua como professora do Estado de São Paulo e também como consultora de beleza. "A cidade que eu morava melhorou desde a minha saída, mas ainda falta muito investimento para melhorar a infraestrutura".

Conhecemos também a história de Maria de Jesus Oliveira, de 49 anos, que nasceu em um povoado chamado Mamoeiro, localizado em São João do Piauí. Maria veio muito nova para São Paulo, com apenas 8 anos de idade e retornou para a cidade natal aos 15 anos, em razão da dificuldade que a família encontrou de se sustentar na capital paulista. Ela relata que passou toda a sua adolescência
FOTO - Maria de Jesus
trabalhando na roça, à luz de velas. "Jê", como é conhecida, afirma que passou por dificuldades financeiras durante toda a sua infância e adolescência. Apenas seu pai continuou em São Paulo, trabalhando para mandar dinheiro para a sua família, no Piauí. Durante seu período na capital, Maria ingressou na 1ª série do colégio, já com nove anos de idade e relata que tinha vergonha e sentia certa resistência dos demais alunos por não ser paulista. "A vida de nordestino é doída e sofrida, temos que trabalhar muito e superar os preconceitos", afirma. Jê retornou a São Paulo com vinte anos, conheceu seu esposo e depois de 18 anos de casados, tiveram sua primeira filha. Jê valoriza os tempos difíceis e diz sentir saudades dos tempos simples.

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